CASA
A casa não me sai da cabeça
Caso me case já sei que faça
É caso para dizer que vou à caça de casa
Pois quem casa quer casa, cabe dizer
A casa cabe no casal, tal como o casal cabe na casa
Quase que a casa é uma capa, uma casca
Uma casa casta, por acaso
Gasta, caco por caco.
Casa para homem, casa para mulher
Casa homem com mulher
Casa homem com homem
Casa mulher com mulher
Casa cada um com quem quer
Cá estou, na casa em que caibo.
Caí aqui, neste espaço que me acalma.
Espaço para a canalha, cama para a alma.
Uma calça caqui, pendurada com encanto
Um Casaco castanho encastrado no canto.
Canto por canto, neste castelo, caseado.
Casa bem caiada, mas mal acabada
Café caseiro, casota para o cão
Restauro da canalização
Cascata de cascalho
Canvas de uma vida e pronta para o prazer carnal
Capaz de receber a festa, da Páscoa ao Carnaval
Casa abrigo, casa castigo
Capítulo final do dia
Casela sem cancela, mas com capela
Casita sem precaução, mas com cautela
Casa de campo, casa de escape
Caspa do monte
Calçado da montanha
Cancro da cidade
Casa, casinha, casebre, casarão!
Casa castiça, carregada de castiçais
Castiçais e candeeiros
Candeeiros e camas
Camas e carpetes
Casa, casino, tasca de vinho
Taça de vinho divino
Casa fora de caminho
Casa do meu destino
Autor: Carlos Portalegre Martins
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Iniciativa “SEIVA POÉTICA – Celebração do Dia da Poesia e da Árvore – 21 Março 2021”, promovida pelo Poetry Slam Sintra, com o apoio da Câmara Municipal de Sintra.